É de conhecimento geral que houve um aumento significativo
das mulheres no mercado de trabalho nos últimos anos no Brasil. Muitas outras
questões são colocadas a partir desta constatação e uma delas diz respeito à
disparidade salarial entre homens e mulheres. O objetivo deste texto é tentar
responder à pergunta: homens e mulheres realmente ganham salários diferentes no
estado do Rio de Janeiro?
Vamos tentar responder a essa pergunta utilizando microdados
da PNAD contínua – IBGE – referentes ao primeiro trimestre de 2015. Construímos
a base de dados apenas com informações do estado do Rio de Janeiro e
restringimos a amostra para indivíduos entre 15 e 65 anos. Após todos os
ajustes, ficamos com uma amostra que contém 17256 observações.[1]
Testes de Heterocedasticidade
|
P-valor
|
Rejeito H0?
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White
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0,000
|
Sim
|
BP
|
0,000
|
Sim
|
A partir dos testes White e BP, onde a hipótese nula é de
que o modelo é homocedástico, isto é, tem variância constante, concluímos que a
um nível de significância de 1% temos evidências de que há heterocedasticidade
e de que devemos estimar um modelo que leve isso em consideração de modo a
evitar problemas de inferência.
Uma forma de corrigir o problema de heterocedasticidade é
estimar um modelo com erros padrão robustos à heterocedasticidade:
As variáveis utilizadas na especificação desse modelo são:
Variável dependente:
· Logaritmo natural do RENDIMENTO MENSAL EFETIVO;
Variáveis explicativas:
- DUMMYSEXO: variável dummy que assume valor 1 quando o indivíduo é do sexo masculino e 0 quando é do sexo feminino;
- ESCOLARIDADE: variável discreta que assume valores de 1 até 7, onde 1 significa sem instrução e 7 ensino superior completo;
- POSICAONAOCUPACAO: variável discreta que assume valores de 1 até 4 em que 1 significa “empregado”, 2 - “empregador”, 3 – “conta própria”, 4 – “trabalhador familiar auxiliar”;
- IDADE: variável que assume valores de 15 a 65, representa a idade do entrevistado;
- IDADEAOQUADRADO: é o quadrado da variável idade;
Com base nos resultados do modelo estimado corrigindo para
heterocedasticidade, podemos concluir que há uma diferença estatisticamente
significativa entre os salários de homens e mulheres – utilizando um nível de
significância de 1%.
A conclusão desse breve estudo, portanto, é de que homens ganham em
média um salário 36,59% superior ao das mulheres no Estado do Rio de Janeiro.
Isso responde a nossa pergunta inicial, mas abre um espaço para outras
discussões. Será que essa diferença se dá em todos os setores de atividade? Em
um mesmo setor, será que ainda há essa discrepância entre homens e mulheres?
Essas são as próximas perguntas que iremos tentar responder.
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